Quando surgiu a oportunidade da feira Oba-Oba, é provável que Eliane pôs-se a pensar sobre o que levar e mostrar — afinal, tem se adensado em muitos fatos, assuntos e texturas. Todavia, um estande não é uma exposição individual, ainda que se pense em narrativas tão esmeradas quanto.

POT-POURRI. Artistas visuais também podem — e devem — se apropriar desse gesto, não como citação ou paródia, mas como estrutura. Não se trata de rebatizar sequências musicais importantes, mas de justapor ideias, fragmentos e atmosferas. É um modo de mostrar o que escapa à série, ao conjunto fechado, à obra "única e definitiva". O pot-pourri visual é um recorte em movimento: paira entre a memória e o rascunho, entre a praia e a montanha, entre a cidade e a pausa.

Mais perto, nas montanhas da Mantiqueira, o silêncio ganha corpo nas mãos dos artesãos. No ritmo dos gestos, na paciência do fazer manual, ele é tecido entre fios e texturas, surge no sussurrar do trabalho paciente e na reverência a uma tradição que resiste ao tempo apressado do mundo moderno.

Tal como Claude Monet, exercitando a luz sobre a Catedral de Rouen.

Versão A4

Impressão fine art sobre papel Canson Photo Matte 200g/m², 21 x 29,7 cm. Edição limitada, assinada e acompanhada de certificado. Impressa no Ateliê Dois e Meio, julho/25. 


Esta coleção de imagens busca atravessar esses territórios do silêncio — do urbano ao remoto, do natural ao feito à mão — e, em cada fotografia, oferecer uma pausa. Um parêntese onde o olhar pode repousar, onde a cidade pode ser dividida em fragmentos para ser levada para casa.

Silêncio em soslaio. O barulho, grafado em alvo e espuma, parece peneirado no vai-e-vem do escuro. Faz-se calar.

Neste carrossel, edições limitadas!

Impressão fine art sobre papel Canson Photo Matte 200g/m², 21 x 29,7 cm. Edição limitada, assinada e acompanhada de certificado. Impressa no Ateliê Dois e Meio, julho/25. 

O silêncio se revela de formas distintas, sempre convidando a uma escuta diferente. Nas marés de Santos, seu vai-e-vem ritmado imprime uma calma que se repete, constante, quase palpável — um sopro marítimo que embala a cidade e, ao mesmo tempo, anuncia sua força escondida.

Islândia, Patagônia ou Atacama, não importa. O silêncio alcança uma dimensão absoluta, quase mística. É o silêncio que envolve os grandes espaços, o isolamento total, onde o tempo parece suspenso e o olhar pode se perder na vastidão branca e fria. Um silêncio que é também presença, quase uma forma de companhia.

Porque o silêncio, afinal, não é ausência, mas uma presença que acolhe, que observa, que permite encontrar outras formas de estar no mundo.